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'Let It Be', dos Beatles, permanece relevante depois de 54 anos

Atualizado: 22 de mai. de 2024

Clássico ganhou novo clipe com imagens raras e teve filme original remasterizado e lançado na Disney+

Foto dos 4 Beatles no clipe de Let It Be
Filmagens do diretor Michael Lindsay-Hogg ganharam restauração de áudio e imagem | Foto: Reprodução/Apple Corps

Os fãs dos Beatles foram duplamente presenteados nesta semana, primeiramente, com o relançamento, nesta quarta-feira, 8, do filme Let It Be, dirigido por Michael Lindsay-Hogg e lançado originalmente em 1970, e, dois dias depois, com um novo clipe para a canção de mesmo nome, composta principalmente por Paul McCartney e creditada, também, a John Lennon. Na data exata do 54º aniversário do último álbum de estúdio lançado em nome da banda britânica, o documentário sobre os bastidores da feitura desse disco ganhou uma nova versão em 4K na plataforma de streaming Disney+.

 

Registrado em janeiro de 1969, o longa estreou no ano seguinte, nas datas 13 e 20 de maio, respectivamente, nos Estados Unidos e no Reino Unido. Os Beatles já tinham chegado ao fim 1 mês antes, o que corroborou ao não comparecimento de nenhum dos integrantes em estreia alguma. Tal filme, que rendeu ao Fab Four o Oscar de Melhor Trilha Sonora Original, só foi ser disponibilizado oficialmente em mídia caseira na década de 1980, embora circulassem diversas versões piratas. Em 2021, as gravações de Lindsay-Hogg ganharam nova edição para o documentário The Beatles: Get Back, dirigido e produzido por Peter Jackson. Dividido em 3 episódios e com duração de mais de 7 horas, o longa-metragem possibilitou a ampliação de discussões quanto às intrigas entre os membros da banda, além de apresentar uma cronologia na ordem dos fatos, quesito no qual o filme de 1970 peca.

 

A restauração de imagens capturadas há mais de 50 anos possibilitou, além de The Beatles: Get Back, um novo videoclipe para a canção Let It Be, trazendo imagens raras de McCartney cantando e tocando piano, Lennon realizando as linhas de baixo, George Harrison na guitarra, Ringo Starr na bateria, Billy Preston no órgão Hammond e George Martin, produtor da banda, na percussão.

 

Let It Be versus Get Back

Posters dos filmes Let It Be e Get Back
Filmes oferecem diferentes percepções ao espectador | Foto: Montagem/Divulgação

Desde que o documentário foi lançado, há uma discussão sobre a angulação dada por Lindsay-Hogg com a edição final. Cenas como o embate entre Harrison e McCartney durante os ensaios não trazem o contexto completo das conversas, diferentemente do que pode ser conferido em The Beatles: Get Back. Isso se deu, em parte, pela pressão exercida pelos próprios Beatles no diretor, que foi obrigado a cortar 1 hora da fita original. No início do longa restaurado, em uma conversa com Jackson, Lindsay-Hogg afirma que se sente contente com o relançamento de Let It Be, pois significa uma nova chance para o seu filme ser “abraçado” pelos fãs e pela crítica.

 

Durante pouco mais de 1 hora e 20 minutos, Let It Be mostra brevemente o processo criativo dos Beatles na composição de canções que virariam clássicos, como Don’t Let Me Down, Get Back, Two Of Us, The Long and Winding Road e I Me Mine, finalizando com a lendária performance no telhado da Apple Corps. Lindsay-Hogg diz enxergar Let It Be como o “pai” do Get Back, de Jackson. Tal metáfora pode ser notada no fato de que o longa de 2021 foca no processo em si, trazendo mais diálogos e se preocupando com todos os personagens ali presentes e a cronologia, em detrimento da aparição das músicas completas, como é recorrente no filme de 1970.

 

Ao longo dos anos, muitos espectadores olharam para o longa original mentalizando o fim dos Beatles, afirmando se tratar de uma abordagem “triste” desse período, e desconsiderando que a banda ainda lançaria Abbey Road, um de seus trabalhos aclamados. Tal percepção diminuiu com a chegada de The Beatles: Get Back, que trouxe momentos mais felizes e conversas descontraídas entre a banda, embora esses elementos estejam presentes em alguns takes de Let It Be.

 

Relevância dos Beatles

Os Beatles reunidos em Twickenham
Os Beatles durante as gravações para o filme “Let It Be”, no Twickenham Film Studios | Foto: Reprodução/Apple Corps

Fã ou não do grupo de pop rock mais famoso da história da música, é de se admitir que os garotos de Liverpool permanecem relevantes, tantos anos após o decreto da separação em 1970. Now and Then, canção composta e gravada em demo por Lennon em meados dos anos 1970 e lançada em 2023 sob o slogan de “última música dos Beatles”, depois de uma longa jornada até a separação da voz e piano por meio de inteligência artificial, é prova disso. Atualmente com 51 milhões de visualizações no videoclipe oficial lançado no canal do YouTube dos Beatles, a música contou com as contribuições de McCartney e Starr, além da guitarra de Harrison, registrada durante as gravações para o projeto Anthology, nos anos 1990, e um arranjo de cordas.

 

O beatle mais ativo musicalmente, McCartney lançou seu último álbum de estúdio, McCartney III, em 2020, o livro The Lyrics: 1956 to the Present, em 2021, e recentemente finalizou a turnê Got Back, em dezembro de 2023. Por sua vez, Starr vem apostando no lançamento de EPs com Croocked Boy, publicado no mês passado, Rewind Forward, de 2023, EP3, de 2022 e Change the World, de 2021. Os discos de Lennon e Harrison ganharam diversos lançamentos de edições especiais, os chamados “ultimate collection”. Sob coordenação de Sean Ono Lennon, filho de Lennon e Yoko Ono, os álbuns Plastic Ono Band e Imagine, de Lennon, foram lançados com novas mixagens e versões alternativas das faixas, assim como Mind Games, que terá sua versão de colecionador lançada em 12 de julho. O clássico All Things Must Pass, lançado em 1970 por Harrison, também ganhou edição especial, em 2021, com o filho, Dhani Harrison, e a viúva, Olivia Harrison, do ex-guitarrista dos Beatles cuidando do lançamento.

 

Confira o novo clipe de Let It Be clicando no link abaixo.



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Blog editado por Caio Alves, graduando em Jornalismo na Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

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