Conheça Nando Herrera, músico e compositor de Santa Luzia que tem influências do prog rock, rock ‘n’ roll, MPB e outros estilos
- Caio Alves
- 28 de abr. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 9 de jun. de 2024
Artista lança suas composições com frequência no YouTube e deseja gravar projeto autoral
Nando Herrera é um músico multi-instrumentista e compositor da cena artística de Santa Luzia, MG. Com influências que vão de Jimi Hendrix a Baden Powell, passando pela progressividade do Pink Floyd, o artista conta com diversas canções autorais postadas em seu canal do YouTube e está, atualmente, mexendo as peças para a produção de um projeto de composições próprias. O musicista relata que tem como principais instrumentos a guitarra e o violão, embora já tenha tocado baixo em uma banda, entrando no lugar de um amigo que tinha ido viajar, e bateria, que o ajuda a escrever os arranjos das músicas.
Herrera iniciou a carreira tocando guitarra na Brida, uma das primeiras bandas de rock ‘n’ roll de Santa Luzia. Posteriormente, cofundou o Mortifer Rage, grupo de death metal em que ele era guitarrista solo e com o qual fez diversos shows em festivais de metal pelo país. “Passado esse tempo, o rock me puxou pela orelha de novo e nasceu a banda Santo Rock (com André Katz, Marcos Capatto e Alessandro Babado). Nessa mesma época também assumi as guitarras da banda Paranóia, tributo a Raul Seixas”, conta. Herrera permanece sendo guitarrista dessas duas últimas bandas, enquanto toca o instrumento, também, na KS Band (clássicos do rock) e no Projeto Bom Senso (tributo a Tim Maia). Além desses vários projetos, ele ainda é violonista das bandas Trio Museu, tocando clássicos do rock em formato acústico, e Famosos Quem, com um reportório de MPB, blues e samba.
Influências
A paixão pela música entrou na vida de Herrera ainda na infância. “Tive a sorte de ser vizinho de um grande mestre da música, Haroldo Bala. Ele hoje reside na Serra do Cipó, ministrando aulas e shows por lá. Esse rapaz percebeu meu interesse pela música e me apresentou um universo de sons, discos e teorias musicais que trago comigo desde então”, revela. Desde então, esse universo musical apenas ampliou. Na guitarra, além dos supracitados Hendrix e Johnson, as maiores influências são Stevie Ray Vaughan, Eddie Van Hallen, Jimmy Page, Ritchie Blackmore, Yngwie Malmsteen etc., enquanto no violão, além de Powell, as notas de Toquinho, Rafael Rabelo e da escola Flamenca faz a cabeça do artista. “É uma gama múltipla”, define.
Herrera também se diz grande fã da banda britânica Pink Floyd, um dos pilares do subgênero rock progressivo. Algumas de suas composições trazem a essência do prog rock, como é o caso de Last Remains, lançada em 14 de agosto de 2023, no canal do YouTube do músico. O artista conta que “o instrumental foi composto em cima de uma progressão simples de acordes que vai se abrindo a outras progressões à medida que a inspiração permite. Essa progressão é usada nas duas partes e é meio que um elo entre as duas”. Ele performa algumas partes de guitarra na gravação, enquanto o arranjo do restante dos instrumentos foi escrito por ele e executado por um programa. Sobre a letra, o artista diz que surgiu de maneira quase psicografada, à medida que as linhas vocais se encaixavam na harmonia.
Last Remains é subdividida em duas partes, sendo que a primeira diz respeito a um desabafo de um filho que acompanha o pai em estado terminal na cama de um hospital. Herrera afirma que “a tristeza de ver o pai naquele estado o faz pensar: ‘time to go’. E essa parte fala de como seria essa passagem e de um possível reencontro entre os dois”. Por sua vez, a parte 2 trata da visão desse filho sobre a força e a tristeza de sua mãe, que sobreviveu à essas experiências. Herrera conta que a composição é um relato pessoal, ou seja, esse filho é ele.
Projetos e autorais
Perguntado sobre o que pretende para a carreira, o luziense afirma querer continuar se apresentando em todos os seus projetos, acrescentando que se sente privilegiado de poder trabalhar com música, apesar das dificuldades da vida de artista. Herrera também deseja desenvolver mais o trabalho autoral e as parcerias dele com diversos músicos e poetas de Santa Luzia. Recentemente, ele lançou a canção autoral Deeply pt 1, Birds, Deeply pt 2, que também tem influência do progressivo. O compositor a fez para a sua mulher, Juliana Tempo. “Profundamente em meu coração ela planta o tempo”, diz.
Outras autorais já disponíveis no canal do YouTube do músico são: Jesus Dream, música carregada pela guitarra que varia entre a calmaria e a explosão no solo – remontando o estilo de David Gilmour, do Floyd –, tratando, segundo o compositor, de como Jesus Cristo foi condenado por tentar cumprir a missão através do amor e não da guerra e das vezes que ele voltou para repassar a mensagem; Into the Wild do Sertão, parceria entre Herrera e Lincoln Mata baseada no filme Into the Wild (2007), que conta a história real de alguém que abandonou tudo em busca de si mesmo; e A Chave da Sabedoria, canção com guitarras mais pesadas baseada no logo da banda Paranóia, que traz a Cruz Ansata, símbolo de sabedoria. Sobre essa última, o autor conta que tenta “passar a mensagem de que todas as respostas estão dentro de cada um e é preciso evoluir na direção da verdade”.
Herrera afirma sonhar com a gravação de um projeto apenas com composições autorais. “Infelizmente, o trampo autoral não recebe muita atenção ou incentivo. Mas é um sonho do qual não desisto. Estou sempre à procura de músicos que comprem essa ideia”, relata. O músico chama quem estiver interessado em desenvolver uma criação musical honesta e comprometida com a musicalidade para entrar em contato com ele, o que pode ser feito pelo Instagram do artista. Para escutar as músicas de Herrera, acesse os links abaixo.
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